terça-feira, 24 de julho de 2018

Polícia investiga morte de outra mulher após procedimento estético no Rio

Outras duas mulheres, de 46 e 24 anos, também morreram após tratamentos deste teor Polícia investiga morte de professora após procedimento estético no Rio


A Polícia Civil investiga mais uma morte após a realização de cirurgia estética no Rio. A professora Adriana Ferreira Capitão Pinto, de 41 anos, morreu uma semana depois de se submeter a um procedimento em uma clínica de Niterói, na Região Metropolitana, no dia 16 de julho. De acordo com informações de um familiar de Adriana que pediu para não ser identificado, a professora fez uma lipoaspiração nas laterais do abdômen e um implante de gordura nos glúteos, e se recuperava bem do procedimento. No entanto, durante a madrugada da última segunda-feira, ela passou mal em casa e morreu antes de ser levada ao hospital.

De acordo com o depoimento do marido de Adriana concedido a agentes da Polícia Civil, a professora fez o procedimento no consultório de Geysa Leal Corrêa, em Icaraí. As informações foram veiculadas pelo RJ1, da TV Globo, nesta terça-feira. No Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) o registro de Geysa consta como em dia. No perfil de uma rede social, a médica oferece serviços de plástica e costuma postar imagens de pacientes antes e depois de procedimentos estéticos como o realizado por Adriana.

— Ela passou parte do domingo bem, sem sentir nada, foi ao shopping. No fim da tarde reclamou de falta de ar e estava com os pés um pouco inchados, mas achou que era por causa da cirurgia. Aí ela acordou durante a madrugada para ir ao banheiro e já caiu no chão, morta. O marido ainda tentou reanimá-la com a ajuda do Corpo de Bombeiros, mas não teve jeito. Nós estamos muito abalados.

Adriana chegou a ser socorrida e levada para o Hospital municipal Lourenço Jorge, também na Barra da Tijuca, mas já chegou sem vida à unidade de saúde. Adriana é de Paracambi, município da Baixada Fluminense, mas estava morando na Barra da Tijuca durante as férias. Ela era casada e deixa dois filhos.

— A perita do Instituto Médico Legal (IML) nos disse que a causa da morte foi trombose e embolia pulmonar, muito provavelmente por causa do procedimento estético — conta o familiar.

De acordo com agentes da 16ª DP (Barra da Tijuca), o caso será repassado para a 77ª DP (Icaraí), bairro em que está localizada a clínica onde a cirurgia foi feita. Adriana foi enterrada nesta terça-feira, no Cemitério Municipal de Paracambi. O corpo foi velado na Igreja Presbiteriana Independente, no Centro da cidade. Durante a cerimônia, familiares impediram a realização de imagens e não quiseram conversar com a imprensa. Cerca de 50 pessoas acompanharam o velório. Mesmo sem querer falar com a imprensa, era possível perceber que todos estavam muito abalados.

Nas redes sociais, amigos e familiares comentaram sobre a morte de Adriana: "E que o Eterno possa nos consolar neste momento de profunda tristeza. Sem palavras... a vida é um sopro. Vá em paz. Ficarão as boas lembranças e a saudade", postou um internauta.

Outra pessoa destacou a personalidade de Adriana: "Mais um anjo foi morar com Papai do céu. Uma mulher guerreira, mãe, amiga e carinhosa!".



OUTROS CASOS INVESTIGADOS

O caso de Adriana é o terceiro registrado apenas nos últimos oito dias. Nesta segunda-feira, a modelo Mayara Silva dos Santos, de 24 anos, foi enterrada no Cemitério de Inhaúma, Zona Norte do Rio. A jovem chegou morta a uma unidade da UPA na Barra da Tijuca, na última sexta-feira, após um procedimento estético. Ela teria sido operada dentro de um apartamento na Zona Oeste, e a família sequer sabia do procedimento. O caso está registrado na 16ª DP (Barra da Tijuca).

Na última semana, um outro caso ganhou repercussão mundial. O médico Denis Cesar Barros Furtado, conhecido como "Doutor Bumbum", foi preso acusado pela morte da bancária Lilian Calixto, de 46 anos. O caso também foi registrado na 16ª DP, onde é investigado. O médico está preso desde a última quinta-feira, acusado de realizar o procedimento que causou a morte da bancária. Segundo Nelson Nahon, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), os tratamentos que Denis aplicou não têm comprovação científica.