terça-feira, 8 de outubro de 2024

A CORTESÃ FRINÉIA: a modelo e mulher mais inteligente do século IV


A cidadã nascida Mnesarete, em Téspias, Beócia, depois conhecida, em Atenas e em toda Grécia como Frinéia, foi uma rica cortesã, muito conhecida em sua época, por volta do séc. IV.

Uma das mais belas mulheres, usou de tamanha inteligência seus talentos culturais e corporais ao ponto de oferecer-se para patrocinar a reconstrução dos muros de Tebas, com a condição de que escrevessem nos muros novos: "Destruído por Alexandre e restaurado por Frinéia". Obviamente não aceitaram...

Frineia, além de sua profissão natural de cortesã da Elite, possuía uma inteligência acima da média, porém ousou introduziu um novo deus e organizou thiasoi ilegais ou reuniões devassas de adoração a esse deus associado a Dioniso e Hades.

Fui também modelo para o famoso pintor Apeles e o não menos famoso, o escultor Praxiteles (imagem abaixo). As representações de Afrodite Anadyomène (a Afrodite surgindo do mar), é, em grande parte de origem em seu belíssimo corpo.

Como não poderia deixar de ser, uma mulher de tantas virtudes e inteligência, despertou a ira de, provavelmente a quem não a possuiu ou quem lhe foi negado ter esse privilégio.

Desta forma, Frinéia foi a julgamento que poderia acabar com sentença de morte, pois além das acusações de distúrbios sociais, atos libidinosos e blasfêmia, Frinéia incomodava parte da Elite.

Defendida pelo famoso orador Hipérides, seu julgamento demostrava muitos altos e baixos, não se sabendo se a cortesã poderia de salvar do julgo dos seus algozes.

Por fim, numa atitude inesperada, porém eficaz, Hipérides (imagem abaixo) faz um discurso forte sobre a beleza da qual os gregos tanto veneram, na Natureza, nos deuses e, de repente, arranca a túnica de Frinéia e deixa à mostra seu corpo belíssimo e diz:

"Se é de vossa vontade destruir a beleza desse corpo, por favor digam ao futuro que Hipérides foi contra".

Agindo assim, e com a túnica da cortesã nos braços, mostrou de onde estava, a todos, a beleza do corpo de Frinéia.

Assim, o veredicto foi favorável à cortesã, que apenas ficou proibida de venerar novos deuses e, claro, sair da cidade por determinado período.

Texto: "Frinéia", Francesco Barzaghi
Imagem: ao autor
Realização: PR PRODUÇÕES