As pessoas costumam usar “velha” como ofensa, como se envelhecer fosse algo feio ou um erro.
Mas deixa eu te contar uma verdade: envelhecer é um privilégio raro, uma conquista que nem todos têm o privilégio de alcançar.
Estar vivo é um presente sagrado, uma bênção que o tempo nos oferece. Celebre cada ruga, pois elas contam histórias que muitos não tiveram tempo de viver.
Portanto, convido vocês para uma leitura de um texto belíssimo de Emilio Leiva "Não são os anos que te transformam".
Angélica Batista
“Não são os anos que te transformam, são os golpes da vida que esculpem a tua alma e te forçam a enxergar as injustiças do mundo.
São os beijos que queimam de falsidade,
os abraços que escondem traições,
as mãos que nunca chegam quando mais precisas.
Meias verdades que sufocam,
sonhos que se desfazem em poeira,
amizades que desmoronam sem aviso,
e amores que evaporam como neblina ao sol.
As palavras que cortam mais que facas,
os silêncios que gritam covardia,
as decepções escondidas como feridas que jamais cicatrizam.
Não é o tempo que te muda; ele apenas alinha os cacos no chão.
É a vida que, com sua dureza, te obriga a ver.
Porque mais vale abrir os olhos uma única vez
do que viver na escuridão da ilusão por toda a eternidade.”
Emílio Leiva
Fotos: Angélica Batista
Diagramação: Pery Salgado (jornalista)
Realização: PR PRODUÇÕES
