quinta-feira, 16 de outubro de 2025

A história da heroína Mary Ann Patten que entrou para a navegação mundial

 


Em 1856, uma jovem de apenas 19 anos, grávida e sem qualquer patente militar, desafiou o impossível e entrou para a história da navegação mundial. O seu nome era Mary Ann Brown Patten.

Ela embarcou no navio Neptune’s Car ao lado do marido, o Capitão Joshua Patten, para uma longa e perigosa travessia de Nova Iorque a São Francisco, contornando o temido Cabo Horn, onde ondas e ventos já haviam engolido dezenas de embarcações. Mary, curiosa e determinada, aprendera com o marido a arte da navegação — sem imaginar que, em breve, essas lições se tornariam a sua salvação.

No meio da viagem, o desastre: o Capitão adoeceu gravemente, mergulhando em delírio e inconsciência. O primeiro imediato, Keeler, tentou tomar o comando, mas logo revelou intenções sombrias — planeava um motim.

Foi então que Mary, sozinha, jovem e vulnerável, fez o impensável: assumiu o comando do navio.

Durante 56 dias de mar revolto, frio cortante e noites sem sono, ela manteve a tripulação sob controlo, cuidou do marido moribundo e, com precisão quase sobrenatural, navegou através das águas traiçoeiras do Cabo Horn.

A cada tempestade, a cada olhar de dúvida da tripulação, ela respondia com firmeza, coragem e um conhecimento técnico que calou os homens e silenciou a rebelião.

Quando finalmente o Neptune’s Car atracou em São Francisco, ninguém podia acreditar:

Nenhuma vida havia sido perdida, o navio permanecia intacto — e uma jovem mulher havia conduzido toda a travessia com a autoridade de um verdadeiro capitão.

Mary Ann Brown Patten provou que a coragem não depende do gênero, da idade ou das circunstâncias.

Aos 19 anos, enfrentando o mar, a doença e a traição, ela mostrou ao mundo que a força de uma mulher pode ser tão imensa quanto o oceano que tentou detê-la.

Ao chegar em terra firme, com o navio intacto e todos salvos, conseguiu cuidar e recuperar seu marido. Ele só veio a falecer em julho de 1857 e Mary Ann faleceu em 17 março de 1861.

Ela não apenas salvou um navio. Salvou o respeito por todas as mulheres que ousam tomar o leme da própria vida.



Pesquisa: Pery Salgado (jornalista)
Imagens: arquivo CULTURARTE
Realização: PR PRODUÇÕES