Envelhecer, amadurecer, crescer é um tanto quanto triste. As responsabilidades aumentam, a obrigação de dar certo, e, com tantos chamados da vida, acabamos deixando no silencioso algumas amizades. É triste, mas é real. Certos encontros acabam ficando para um depois que nunca chega. Para uma hora que nunca vem. Jurados em diversos – vamos marcar – que não deixam novas marcas. Só esperanças.
Confesso que tenho me tornado um tanto quanto solitária, mas não por opção. Parece que a vida veio me impondo isso ao longo dos tempos e eu, por puro comodismo, fui aceitando. Engolindo a seco os momentos que queria gritar e não tinha sequer um ouvido emprestado. Restando apenas as palavras que rabisco e prometo para mim mesma que ninguém jamais vai ler. Mergulho no oceano infinito do meu quarto, na noite silenciosa onde todos deitam e dorme, e uso o meu colchão de bote salva-vidas para não afundar em mim. Em pensamentos. Em lágrimas que rolam sem que eu decida se enxugo ou deixo cair.
Hoje me deu uma saudade absurda de um tempo que, em minha cabeça, foi ontem. Sobretudo das risadas. Como eram boas as risadas. Aos montes, sem pudor, sem vergonha, com os dentes saltando da boca e o pensamento despreocupado de quem tinha a vida ganha.
Jovens. Quando somos mais novos, somos infinitos. Depois, acabamos todos passando a ter prazo de validade. Ou, pior, somos todos despreocupados. Depois, ocupados demais para lembrar que o amanhã não depende da gente.
Envelhecer, amadurecer, crescer é um tanto quanto triste. Agendas lotadas, tanto de reuniões quanto de contatos,
mas nenhum contato físico, de fato. Tudo fica para depois. Para o próximo fim de semana. Isso se eu não estiver cansada demais e achar que um pijama e meu celular me farão melhor companhia. É triste, mas é real. Certos encontros acabam ficando para um depois que nunca chega."
E a minha maior companhia é o celular!!!