segunda-feira, 15 de abril de 2024

"Exposição Arrebatamento sensorial: um convite à revolução do sentir" por Claudia Fonseca

 Cláudia Fonseca


A exposição Arrebatamento Sensorial – um convite à Revolução do Sentir está em exibição entre 5 e 30 de abril na Casa da Cultura da cidade Araruama, estado do Rio de Janeiro. A proposta da artista plástica Cláudia de Sousa Fonseca é resultado de um mergulho profundo de alma, reverberado em suas relações pessoais e profissionais, como terapeuta.

Apresenta uma narrativa que interage de acordo com processos psíquicos individuais e coletivos, revelando uma jornada de autoconhecimento que flui a partir da consciência da relação o eu/o mundo. Em que mitos constelam e revelam novas possibilidades de reescrever nossa história. É composta por telas de arte abstrata, produzidas em canvas e acrílico, que variam entre os formatos 16x22cm e 70x120cm. Algumas das obras recebem aplicação de resina e uso de madeira compensada.

A narrativa da exposição é dividida em sete séries:

– Apolo e Dioniso: um fluir entre a estética e o instinto
– Renascer: a mutabilidade da morte
– A fome de Exu: força propulsora da vida
– O eu e o outro: maniqueísmo social e as gradações de cinza
– Alquimia: do vazio ao ouro interior
– Retalhos de Isis e Osíris: ordem e caos no centramento da alma
– Projeções: Participação Mística como um convite ao sentir

Endereço da Casa de Cultura de Araruama: R. Comendador Queirós, 148 – Nossa Sra. de Nazare, Araruama 

Visitação de segunda à sexta, de 9h às 18h.



Arte e vivências terapêuticas

As obras da exposição Arrebatamento Sensorial – um convite à revolução do sentir estão à venda. Caso ocorra a conexão com algum dos quadros, a aquisição pode acompanhar uma vivência terapêutica de acesso ao inconsciente, para que seus conteúdos psíquicos sejam trabalhados.

A sessão terapêutica também é possível sem a compra do quadro.

O contato com a arte pode ser curativo. Uma conexão livre de juízos de valor que envolvam qualidade técnica ou estética, aceitando o processo como uma pura personificação do inconsciente, pode causar impactos inimagináveis em nosso mais profundo eu. Sem saber, projetamos ali nossas dores e amores.

Como funciona o atendimento

A ferramenta terapêutica aplicada no trabalho é o atendimento Falas Sistêmicas. A sessão corresponde a uma vivência de acesso a conteúdos psíquicos, com a primeira parte da técnica Alinhamento Energético – Fogo Sagrado, associada com Imaginação Ativa a partir de Imagens Arquetípicas.

Arrebatamento sensorial sob a ótica da artista

Causar impacto sinestésico. Em que formas abstratas remetam à inúmeras percepções. Através da visão, permitir que emerjam afetos, sentidos. Reprimidos, anestesiados ou simplesmente desconhecidos. A exposição Arrebatamento Sensorial – um convite à revolução do sentir busca evocar sensações a partir do contato com a arte. Um processo que vai além da narrativa definida pela artista sobre a obra: busca proporcionar aos espectadores uma experiência que desperte infinitas possibilidades de conexão com a vida.

Esta produção artística é resultado de um intenso sentir que, por ser ainda incompreendido, transborda em imagens que precisam ser exteriorizadas. Sentidos são evocados durante todos os estágios criativos a partir do toque, do cheiro, do gosto das cores da tinta. Mesmo após o término dos quadros, eles seguem causando impacto em mim.

Despertando diferentes percepções a cada novo contato com as pinturas, enquanto o processo de harmonização dos conteúdos psíquicos estiver em andamento. As formas são abstratas por serem representações psíquicas recém descobertas, em processo embrionário de elaboração. Esta exposição compreende a arte como manifestação do inconsciente em constante ação.

Quais sensações a arte evoca em você?

Cada uma das obras carrega mais do que a minha energia psíquica empregada durante a criação: elas também são permeadas pelas projeções das pessoas que as observam. Em um processo de ressonância e projeção, a potência que experiencio ao contato com as imagens pode ser vivenciada por outras pessoas. Fazendo com que as pinturas sejam mais do que uma manifestação material de cores sobre tela. Também são impregnadas pelos afetos que provocam, constituídas e constantemente transformadas por cada um dos expectadores.

Como se nossas sensações, sentimentos e pensamentos criassem coloridas camadas imperceptíveis às vistas, mas acessíveis aos sentidos. Como resultado, imagens que aparentemente não têm sentido podem despertar diferentes percepções, em uma relação dimensionada a partir do contágio psíquico.

Em um período histórico em que damos os primeiros passos na relação com a Inteligência Artificial, capaz de fabricar imagens de qualidade técnica inquestionável, a aura da arte pede a conexão com a nossa humanidade.

O outro que nos habita

Os quadros são um convite à revolução do sentir, ratificado nos diferentes relatos recebidos sobre eles, que transitam entre o despertar de fascínio e angústia. A narrativa desta exposição também foi construída a partir do contato com o outro.

Com frequência, surge a dificuldade por parte do expectador de elaborar as sensações evocadas pela arte. E em uma processo natural à condição humana, os afetos são projetados na criadora das obras. Sobre minha produção artística, já ouvi afirmações do tipo “você é muito confusa”, “você não quer ser entendida pelas pessoas”, “você é muito intensa”, “sua arte é muito sensual”, “seu trabalho é angustiante”, “vejo sua força na sua arte”.

Ter condições de avaliar uma obra de forma analítica, projetando-se minimamente nela, é um processo que exige muito treinamento por parte de psicoterapeutas e autoconhecimento profundo. No geral, o que é creditado a mim faz parte do conteúdo psíquico de quem apresenta a avaliação. Algo que fazemos em nossas relações o tempo todo. Por termos dificuldades de conexão conosco, por desconhecermos as tantas sombras que nos habitam, creditamos tudo no outro.

A busca pelo amor

Na ânsia de pertencer ao mundo, muitas vezes deixamos de nos pertencer. E, inconscientemente, enterramos aspectos de nossa essência, seja em busca de validação, de autoproteção, de amor. Até o momento em que esses fragmentos rejeitados se apoderam de nós e nos rendemos à possessão de nossos afetos excluídos. O que negligenciamos, com frequência, é o que nos domina.

Esse processo pode ocorrer de forma autodestrutiva: sofremos com compulsões, desordens emocionais, comportamentos excessivamente agressivos ou passivos. Ou pode ser construtivo, quando conseguimos direcionar os afetos ocultos para um transbordar criativo. A exposição Arrebatamento Sensorial – um convite à revolução do sentir busca com a pintura a oportunidade de abrir o baú das sensações por muito enterradas, a partir de projeções psíquicas inconscientes, manifestadas na tela.

A revolução do sentir

Permitir-se profundo e genuíno sentir, em uma sociedade permeada por efemeridades; onde a felicidade e o sucesso são produtos vendáveis, obrigatórios para a condição humana, inviabilizando o contato com sentimentos que julgamos desprezíveis; onde a ansiedade se torna uma epidemia, muitas vezes resultado de nossa inabilidade de lidar com o próprio sentir; nesse cenário social, dar vazão às sensações, sentimentos, a partir da auto-responsabilidade de quem reconhece a si no outro, se torna mais do que um ato de coragem: é um ato político.

O acolhimento de nossos profundos desejos, tristezas, alegrias, nos aterram à uma realidade em que arrebatamentos desconexos, projeções de nossas dores e medos no outro, perde cada vez mais espaço. Abrindo caminho para o questionamento das atuais dinâmicas sociais, a partir da consciência de quem somos e do que queremos. Uma trajetória em que se escolhe protagonizar a própria história, em vez de ser massa de manobra conduzida por ideais que, muitas vezes, são fundamentados no desconhecido ódio e pavor de si mesmo.

por Cláudia de Sousa Fonseca

https://agenciaamora.com.br/author/claudia-fonseca/

Artista plástica, escritora, fotógrafa, terapeuta e jornalista

Atendimentos no Espaço Amora Terapias Integrativas

As vivências são facilitadas pela terapeuta, escritora e artista plástica Cláudia de Sousa Fonseca. 

Atendimento online e em Copacabana, no Rio de Janeiro. Confirmação de horário após pagamento da sessão, via PIX ou transferência bancária. Agende horário pelo WhatsApp (21) 98101-2828.

Espaço Amora

Av. Nossa Senhora de Copacabana, 330, 9 andar - Rio de Janeiro

(21) 98101-2828