segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

O JANEIRO BRANCO, E A SAÚDE MENTAL DE JANEIRO A JANEIRO por Marília Lima

 Falar em Saúde Mental, será SEMPRE essencial, afinal afeta todos nós e os cuidados são diários e incessantes!


A saúde mental abrange o BEM-ESTAR físico,  psicológico, social e espiritual de uma pessoa. É fundamental para todos os aspectos da vida. BEM-ESTAR, está em caixa alta, para que fique evidenciado que Saúde Mental  não é o contrário nem o contraponto de Doença Mental. Infelizmente, este ainda é um assunto cercado de tabu para muitas pessoas e até mesmo, sociedades. Ideias preconceituosas por desconhecimento ou por medo desse desconhecido, faz com que o conceito e a efetiva busca por um equilíbrio que é a própria Saúde Mental, seja estigmatizada, seja associada à doenças ou transtornos mentais. 

É preciso, portanto, que se fale, que se conscientize as pessoas, de que problemas mentais existem sim e são extremamente comuns. Uma em cada quatro pessoas, é afetada por um transtorno mental ao longo da vida. Isso significa que é altamente provável que todos conheçamos alguém que esteja passando ou passará por dificuldades relacionadas às questões mentais. Ao tratarmos abertamente do assunto, podemos criar uma sociedade mais acolhedora e solidária, na qual as pessoas se sintam à vontade para compartilhar suas experiências e buscar apoio.

Ao falar SEMPRE e mais, sobre Saúde Mental, podemos ajudar e  encorajar as pessoas a procurar ajuda quando necessário, permitindo que elas recebam o tratamento e o apoio de que precisam. Além disso, ao trazer o tema à tona regularmente, também podemos conscientizar sobre a importância da prevenção e da promoção da qualidade de vida a qual todos temos direito.

Falar em Saúde Mental regularmente, pode ajudar na conscientização sobre recursos e serviços que podem e devem ser criados, mas também, sobre muitos que já estão disponíveis. Muitas pessoas não têm conhecimento dos serviços de saúde mental ou não sabem onde procurar ajuda. Ao destacar esses recursos e serviços, podemos fornecer informações cruciais para aqueles que precisam de ajuda. 

Ao falar SEMPRE sobre Saúde Mental,  buscamos criar uma sociedade mais saudável e acolhedora e apoiadora para todos.

JANEIRO BRANCO E A SAÚDE MENTAL

Aproveitando a campanha Janeiro Branco, recomendo para quem se interessa, alguns pontos que julgo importantes para a busca da Saúde Mental. Não os descrevi em ordem nem em termos de prioridades, pois cada pessoa é diferente da outra e suas escolhas também são.

O bem-estar e a qualidade de vida são fundamentais para uma vida saudável e feliz, e ter metas claras e realistas é uma forma eficaz de alcançar esse objetivo que inclui aspectos físicos, mentais, relacionamentos, carreira, finanças, espiritualidade... Cada uma dessas áreas contribui para o nosso bem-estar geral e, portanto, para nossa Saúde Mental e todas devem ser consideradas, além de se levar em conta, uma abordagem holística da saúde. É primordial a identificação das emoções e dos sentimentos.

Busque, o tempo todo, fazer uma avaliação de como está cada área da vida e suas interconexões, identificando quais áreas precisam de mais atenção e quais já estão adequadas. É vital ter um equilíbrio entre as diferentes áreas e propósitos. 

Adote práticas saudáveis, adequadas e ajustadas à sua realidade. Profissionais poderão orientar de forma individualizada e relevante seu caminho.


Mantenha foco e  motivação, com planos de ação e objetivos factíveis, medidas concretas, etapas específicas e metas definidas.

Identifique grupos de apoio tanto emocional quanto  logístico. Compartilhe, discuta  e valide dúvidas, sucessos e até fracassos. Além de motivador, contribui bastante com seu processo individual.

Dedique tempo e esforço para observar e avaliar a vida. Essa pode ser uma poderosa ferramenta de controle para continuar avançando ou modificando objetivos, metas e ações. Neste contexto, permita-se celebrar conquistas, reconhecendo progressos e aumentando a confiança e consequente autoestima. Não importa o quão pequenos ou não, eles possam ser.

Importantíssimo lembrar que viver e lidar com questões da vida e com decisões que tomamos, fazem parte de um processo contínuo e evolutivo. A jornada é tão importante quanto o destino. Uma postura positiva e comprometida no caminho, poderá torná-lo bem mais tranquilo, garantindo assim, muitos pontos para a Saúde Mental.


Informações e orientações de Marília Lima 
Psicóloga, Neuropsicóloga, Gerontóloga, especializada
em Saúde Mental, Estimulação e 
Reabilitação Cognitiva e Motora
21 97285-3989



SAÚDE MENTAL NA GESTAÇÃO

O que é Saúde Mental

Pessoas mentalmente saudáveis compreendem que ninguém é perfeito, que todos possuem limites e que não se pode ser tudo para todos.

Elas vivenciam diariamente uma série de emoções como alegria, amor, satisfação, tristeza, raiva e frustração. São capazes de enfrentar os desafios e as mudanças da vida cotidiana com equilíbrio e sabem procurar ajuda quando têm dificuldade em lidar com conflitos, perturbações, traumas ou transições importantes nos diferentes ciclos da vida.

A saúde mental de uma pessoa está relacionada à forma como ela reage às exigências da vida e ao modo como harmoniza seus desejos, capacidades, ambições, ideias e emoções.

A saúde mental na GESTAÇÃO engloba todos os períodos (antes, durante e depois), que envolvem a chegada do bebê na família.

As transformações na gestação

A saúde mental na gestação pode ser afetada tanto nas primeiras semanas quanto nas últimas. As alterações do humor são comuns durante a gravidez. No entanto se os sintomas persistirem ou se agravarem podem ser sinal de depressão, ansiedade ou pânico.

Mesmo quando a gravidez é bem planejada, muitas mães se veem tomadas por preocupações em relação ao futuro, ao relacionamento com o parceiro ou às responsabilidades financeiras que vão aumentar.

Alguns efeitos físicos da gestação, como azia, cansaço e vontade frequente de fazer xixi, também acabam mexendo mais com suas emoções. O enjoo, para piorar, acaba com os prazeres da vida, que é o de comer alguma coisa gostosa.

O que muda no psicológico da mulher durante uma gravidez

A partir do momento em que a mulher se descobre grávida, uma série de sentimentos e emoções toma conta dela e de seus pensamentos. Alegria, satisfação, medo, insegurança, ansiedade, tudo ao mesmo tempo e em alta dosagem.

Tornar-se mãe não ocorre como uma consequência natural da gestação e do parto. É uma construção na vida da mulher, repleta de experiências e adaptações diante de mudanças físicas, questões hormonais e novidades que aparecem nesse período.

Todas as expectativas e incertezas a respeito do filho, e também da gestação, podem gerar na mulher ansiedade frente ao desconhecido, seja a primeira ou a quinta gravidez, já que cada gestação é única e diferente das outras.


O estado emocional da mulher muda de acordo com o período da gravidez em que ela está

- Primeiro trimestre: normalmente nesta fase os conflitos que aparecem podem ser associados à ambivalência de sentimentos e incluem pensamentos sobre o bebê, sua concepção, alterações de papéis (esposa, mulher, mãe, profissional) e medos diversos. A mulher fica mais regredida ou infantilizada, repleta de desejos e com vontade de ser cuidada.

- Segundo trimestre: quando a mulher começa a sentir os movimentos do bebê, a relação entre mãe e filho é favorecida. Geralmente a maior parte dos sintomas físicos desaparece, a barriga começa a aparecer e a gravidez ganha maior status de realidade, o que pode ocasionar o que pode ocasionar sentimentos mais alegres à mulher.  O segundo trimestre é visto por grande parte das mães como o melhor de toda gestação.

- Terceiro trimestre: é a reta final da gravidez, e, com a proximidade do parto, a mulher se torna mais suscetível às alterações emocionais. Podem ocorrer estados de ansiedade e depressão, distúrbios do sono, distanciamento da vida sexual, problemas de comunicação com o parceiro, cansaço físico e fobias dentre outros. Algumas mulheres sentem medo do parto, da dor, de se separar fisicamente de seu filho... algumas podem começar ainda a ter questionamentos sobre a saúde do bebê.

Todos esses sentimentos são naturais e, de certa forma, a gestação inteira pode ser marcada por oscilações de humor. Cada mulher irá vivenciá-la de uma maneira bastante específica, mas é importante não se esquecer de que todo esse turbilhão emocional é normal e faz parte deste processo.  

Quais são os fatores que afetam a saúde mental

Estresse, genética, nutrição, infecções perinatais, a questão financeira, transformações no corpo e exposição a perigos ambientais também são fatores que contribuem para os transtornos mentais.

Por que cuidar da saúde mental?

O período da gestação e pós parto são momentos críticos para a saúde das mulheres e dos seus bebês, além de ser um período importante para o estabelecimento dos padrões parentais, para a formação de vínculo e para o desenvolvimento infantil.

Como a mulher pode ser ajudada?

- Quanto mais a gestante se sentir amparada e segura, melhor. Nos momentos de dúvida é importante que ela seja acolhida e encorajada diante do novo papel.

- Também é válido que a mulher evite guardar as dúvidas e os receios só para si. Conversar com o parceiro, com as amigas e com outras mães podem ajudar.

- Ir assimilando que maternar é perder o controle.

- A maternidade é um constante aprendizado e nenhuma mulher nasce sabendo todos os detalhes. É no dia a dia que ela e o bebê poderão se conhecer, se descobrir e formar um vínculo entre eles.

- Mantenha o pré-natal em dia:

- Cuide da alimentação;

- Pesquise sobre o parto;

- Faça caminhada;

- Busque uma rede de apoio;

- Cuide-se de si mesma!


Maria Clara, professora e psicóloga
Saúde Mental da Mulher Gestante
Núcleo de Psicologia da Universidade de Vassouras
Campus Maricá