Às vezes as pessoas fogem sem explicação, deixando-nos devastados por uma ausência cruel e inesperada que dá uma virada em nossas vidas.
Quando isso acontece, não podemos imaginar nada pior, mais desprezível e mais egoísta do que a ofensa que nos fizeram. Então, depois de conter nossa raiva, começamos a pensar que não merecíamos aquilo e que foi injusto.
Ao mesmo tempo, uma nuvem cheia de tristeza e reprovação surge em cima de nós, criando uma escuridão com a qual sentimos que temos de viver por um longo tempo.
Nessa escuridão, conheceremos a decepção, desilusão, engano e incredulidade. No entanto, quando caímos no abismo, significa que a liberdade está próxima, porque se alguém deixou-nos dessa forma, não merece nossa companhia.
Mais vale uma decepção do que viver uma mentira
Quando alguém parte sem um motivo, algo dentro de nós se quebra. Podemos não saber o que foi quebrado, mas, apesar disso, dói muito.
No entanto, as decepções são menos dolorosas se conseguirmos guardar nossa integridade. Por esta razão, por mais que substituir o amor dos outros pelo amor-próprio seja um processo difícil, a verdade é que estaremos trocando um tirano insuportável por um bom amigo.
Além disso, quando uma pessoa deixa-nos injustamente, sem explicação ou mediação, podemos ter certeza de que amanhã ela sofrerá por ter-nos perdido.
Como se costuma dizer, ninguém se afoga do nada, e se alguém se afogou foi porque não quis nadar ou porque seu nível de maturidade emocional o impediu de ver que existem milhões de maneiras melhores de dizer adeus ou consertar as coisas. Em suma, fugir covardemente não é a solução, mas amargura e ingratidão.
O que fazer quando alguém desaparece de nossas vidas?
Quando alguém deixa-nos assim, começamos uma luta interna que nos faz brigar entre “esperar que volte com o rabo entre as pernas” ou “reiniciar nossas vidas e reaprender a viver com nós mesmos.” Este último envolve uma miríade de dificuldades que temos de superar, mesmo não sabendo como.
É provável que, nestes casos, continuemos com muitas coisas para dizer. A dor, as reprovações e todas as nossas emoções não podem ficar dentro de nós mesmos, temos de tirá-las de alguma forma, mesmo imaginando que tenhamos de enfrentar a pessoa, mesmo rasgando papéis ou batendo almofadas.