Madre Maria Bernadete, com o Cardeal D. Orani João Tempesta |
A querida Madre Maria Bernadete do Convento de Nossa Senhora do Bom Conselho, em Maricá, está completando 100 anos de uma linda vida, de lutas, glórias, conquistas e de adoração a Deus e ao Mestre Jesus.
E uma data tão significativa como esta, obviamente não poderia passar em branco.
Neste sábado (21 de julho), começam as comemorações dos 100 anos da Madre Maria Bernadete, com a inauguração às 15 horas no Convento de Nossa Senhora do Bom Conselho (no centro de Maricá), da placa alusiva aos 100 anos da Madre Superiora.
No domingo 22 de julho, acontecerá às 16 horas, a Missa Solene na Matriz de Nossa Senhora do Amparo, seguida de coquetel aos convidados no Convento.
Personalidades estarão presentes a este grande e belo momento e o CULTURARTEEN , assim como o jornal BARÃO DE INOHAN, não poderiam se furtar em render todas as homenagens à querida Madre Maria Bernadete.
Abaixo, contamos um pouco da sua linda e vitoriosa trajetória de vida.
Madre Maria Bernadete e a origem e fundação do Instituto Nossa Senhora do Bom Conselho
Dom Eusébio e Madre Maria Bernadete |
Maria Madalena de Figueiredo, natural de Sousa – PB, nascida no dia 22 de Julho de 1918, filha de Manoel Francisco de Figueiredo e Francisca Maria de Figueiredo, a primeira entre doze irmãos.
Recebeu o sacramento do Batismo com apenas 40 dias de seu nascimento no dia 1º de setembro, na Paróquia Nossa Senhora dos Remédios, a Crisma no ano de 1921 e a primeira Eucaristia no dia 08 de dezembro de 1925.
Proveniente de uma família bastante religiosa e piedosa, desde muito cedo tinha uma profunda sensibilidade pelo sagrado, sendo impelida para as coisas do alto. Participava ativamente da Igreja com seus pais, trabalhava na catequese infantil e gostava de frequentar a adoração eucarística. Deles adquiriu um profundo amor pela Igreja e pelos sacerdotes.
Estudou no Colégio das Irmãs Dorotéias, cresceu no conhecimento e na fé cristã, como também, foi desabrochando a vocação para a vida consagrada.
Aos l5 anos, com o falecimento de sua mãe, além dos seus estudos, precisou juntamente com seu pai, se dedicar aos cuidados dos irmãos mais novos, que carinhosamente a chamava de mãezinha. Com o passar dos anos, seu pai, conheceu uma senhora que frenquentava a mesma paróquia, surgindo entre os dois o desejo de se conhecerem. Alguns dias depois, conversando com sua filha sobre a possibilidade de contrair um novo matrimônio, Maria Madalena ficou imensamente feliz e o incentivou a realizar este desejo.
Tudo foi preparado e conduzido por Deus, sentindo-se que chegara o tempo de realizar seu grande sonho, aos dezenove anos, ingressou no Convento das Irmãs Missionárias Carmelitas, na cidade de Cajazeiras.
No dia 15 de agosto de 1938, iniciou a etapa do Postulantado e no dia 10 de fevereiro de 1939 foi admita ao noviciado, recebendo o hábito próprio e o nome religioso de Irmã Maria Bernadete de Jesus. A sua formação teve a duração de dois anos, emitindo os primeiros votos no dia11 de fevereiro de 1941, dedicado a Nossa Senhora de Lourdes. Após doze anos de formação, oração e expectativa pelo grande acontecimento de tornar-se “Esposa de Cristo” dia almejado de entrega definitiva ao seu Amado, pelos votos de castidade, pobreza e obediência, realizado no dia 10 de agosto de 1950.
Como Carmelita dedicou-se intensamente a uma vida de oração, sacrifício e trabalho.
Pouco tempo depois, foi enviada com algumas irmãs para assumir a direção de um Colégio, onde também lecionavam.
Em janeiro de 1952, dois anos após os votos perpétuos, foi eleita Superiora Geral das Irmãs Missionárias Carmelitas, substituindo a fundadora Madre Carmelita, que se encontrava em idade avançada.
Madre Maria Bernadete tendo um imenso desejo de incluir na Ordem, o compromisso de imolar-se pela Santificação dos Sacerdotes, sem intenção de deixar o Carmelo, fez um perdido especial ao senhor bispo, no entanto, não sendo aprovado o padre fundador, a orientou a fazer uma carta a Roma. Passado algum tempo, qual não foi sua surpresa ao receber a resposta aconselhando-a, a desligar-se do Carmelo para uma nova fundação. Em oração percebeu nos acontecimentos a vontade de Deus, assim, logo começou a organizar o desligamento do Carmelo. Como responsável da Ordem, iniciou a visita às comunidades para informar às Religiosas a resposta de Roma e também se despedindo de cada uma, várias delas pediram para acompanhá-la nesta nova missão.
Desligou-se da Congregação das Irmãs Missionárias Carmelitas no dia 13 de janeiro de 1957, com um grupo de religiosas.
Madre Bernadete com Dom José, Padre Carmine e Madre Inês |
Percorreram um longo caminho, muitos sofrimentos e provações, no entanto, entre elas reinava uma grande paz, alegria e confiança na Providência Divina.
Permaneceram alguns meses em São Paulo e chegaram ao Rio de Janeiro onde foram recebidas pelo então Cardeal D. Jaime de Barros Câmara, que juntamente com a Madre Maria Bernadete e as Irmãs Maria do Santíssimo Sacramento, Maria Violeta, Maria dos Anjos e Maria Teresinha.
No dia 26 de março de 1959, foram atendidas pelo Dom Jaime que as acolheu em sua própria residência por alguns anos, assumindo a fundação e acompanhando-as nos primeiros anos orientando-as espiritualmente, como também, dando apoio às necessidades materiais.
Mais tarde, ficando debilitado e impossibilitado de dar continuidade, confiou aos Jesuítas na pessoa do Pe. Flávio da Veiga, os cuidados espirituais das Irmãs. A fundação recebeu o nome de Instituto Nossa Senhora do Bom Conselho, que passou a ser marcado pela espiritualidade Inaciana: “Em tudo, amar e servir, fazendo tudo para a maior Glória de Deus’’.(Santo Inácio de Loyola).
Nesta transição de direção e orientação espiritual a sede do Instituto foi transferida para a Arquidiocese de Niterói e acolhida pelo Senhor Arcebispo Metropolitano Dom Antônio de Almeida Morais Júnior no dia 11 de julho. Foi oferecido para o Instituto residir na cidade de Maricá, assumindo os trabalhos pastorais e de catequese da Paróquia Nossa Senhora do Amparo, no dia 31 de julho de 1963. As religiosas do Instituto de Nossa Senhora do Bom Conselho consagram suas vidas emitindo os Santos Votos e oferecendo suas vidas em união com Jesus na Eucaristia, que se imola constantemente ao Pai pela humanidade, as Irmãs, com Jesus, se imolam ao Pai, pela Santificação dos Sacerdotes. Este carisma foi inspirado no texto Joanino: “Por eles, eu me consagro” (Jo 17,19).
A Madre fundadora sempre ensinou às suas filhas, que as coisas ordinárias por mais simples que sejam, devem ser realizadas de modo extraordinário, vivendo intensamente a vida comunitária com fidelidade e doação. Elas devem ser como uma vela iluminando e aquecendo sem nada exigir para si.
É uma imensa alegria e uma grande riqueza para o Instituto ter consigo a presença de sua fundadora que no silencio de sua idade avançada transmite para todas, o valor da consagração e da imolação de uma vida inteira, consumindo-se como uma vela acesa.